Frei Belino Pellin de Treviso
23.12.1885 - Santa Bona/Itália
01.12.1960 - Curitiba/Paraná
Nasceu em Santa Bona (Itália), diocese de Treviso, aos 23 de dezembro de 1885. Concluído o ginásio no seminário de Verona, aos 25 de maio de 1901 entrou no noviciado de Bassano, tendo como mestre Frei Alberto de Conegliano. Após sua primeira profissão religiosa (26.05.1902) na casa de noviciado, emitiu a perpetua (06.09.1905) em Veneza, sendo ministro provincial Frei Serafim de údine. Cursou filosofia e teologia em Pádua e Veneza. No dia 8 de novembro de 1908 foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca Aristides Cavallari.
De outubro de 1912 a junho de 1914 foi professor no seminário de Verona. Sua índole vivaz e entusiasta lançouo à conquista do Reino em terra dálmata. Com a Guerra de 19141918 foi enviado pelos austríacos ao convento de Leibnitz (Áustria). No meio de sofrimentos e renúncias amadureceu seu ideal missionário.
Despediu-se de sua terra natal aos 16 de novembro de 1922 e, com Frei Leonardo de Fellette veio ao Brasil. Chegaram ao Paraná aos 5 de dezembro de 1922.
Inicialmente trabalhou em Jacarezinho (1923-1926) como vigário paroquial. Em seguida, foi nomeado pároco de Siqueira Campos onde permaneceu de 8 de março de 1926 até 29 de fevereiro de 1952. Tornou-se um apóstolo de Siqueira Campos durante 27 anos. Exerceu o cargo de superior local e pároco em Ponta Grossa, na igreja Imaculada Conceição (1953-1954) e em Guaratuba (1955-1960).
Desde 1925 até 1941 e de 1951 a 1954, além dos trabalhos paroquiais, desempenhou o encargo de 1 e 2 conselheiro da Missão e da Custódia. Em quase todos os lugares onde viveu, sempre foi superior local. Cultivou povo siqueirense no amor, com a paixão de um santo. Era tido em alta consideração pelas autoridades civis. Defendia sua gente das intrigas que os maus faziam para obstaculálo no bem. Vivia totalmente pelo seu povo e a todos dava acertados conselhos.
Assíduo confessor, passava muitíssimas horas no confessionário. Batalhou incansavelmente até conseguir que a imagem do Senhor Bom Jesus da Cana Verde permanecesse para sempre em Siqueira Campos. Cultivou uma intensa vida interior. Pelos seus merecimentos o povo e o Município de Siqueira Campos conferiulhe o título de «Cidadão Honorário Siqueirense».
Além do ministério pastoral foi um colaborador sincero, um conselheiro bem iluminado no governo da Custódia. Amava os confrades e sempre tinha uma palavra de encorajamento para os estudantes.
Uma longa enfermidade cardíaca o levou à morte no hospital da Santa Casa de Misericórdia em Curitiba, a 1 de dezembro de 1960. Foi sepultado no cemitério de Siqueira Campos e ainda hoje sua é lembrado com muita gratidão por aquele povo. Restos mortais – Segundo dizem, no seu sepultamento, houve certa confusão. Seu túmulo não estava preparado. Por isso, foi colocado em túmulo bem simples, perto do atual que aparece naquele cemitério. Após o término do mesmo, não se explica como não houve interesse de exumar Frei Belino e depositar seus restos mortais no novo túmulo. O povo visitava e continua visitando esse novo túmulo para orar por Frei Belino quando, na verdade, seus restos se encontravam em túmulo lateral. Neste ano de 2006, a Prefeitura de Siqueira Campos estava para limpar os túmulos antigos e abandonados. Os conveiros abriram também o túmulo abandonado de Frei Belino. Interessante também notar que, no registro do cemitério (que depende da Prefeitura local) não constava o falecimento de nosso Frei Belino. No caixão, ainda encontraram o hábito capuchinho e, por isso, fecharam o túmulo e avisaram que de direito. O caso foi conhecido pelos nossos freis que o relataram ao Ministro Provincial. Frei José Gislon (Min. Prov.), na viagem que fez ao norte do Paraná nesta semana, passou por Siqueira Campos. Os restos mortais de frei Belino foram exumados aos 12.04.2006, na presença de Frei Gislon, que os trouse para Curitiba. Permaneceram na Cúria Provincial apenas durante uma noite, porque, aos 13.04.2006, ele mesmo os levou para Butiatuba. A cerimônia foi bem simples,, com a participação dos freis da fraternidade de Butiatuba e dos postulantes. Lembrou-se a sua vida, seu trabalho em Siqueira Campos. Logo após, os restos mortais foram depositados numa urna no interior da capela de nosso cemitério de Butiatuba.