Tamanho do Texto:
A+
A-

A sagrada Família

Publicado por Frei Fabiano Zanatta | 29/12/2018 - 12:32

Deus pensou o mundo, como o jardim para o homem. Jardim, cada flor enfeita, cada árvore dá sombra para os animais e ramos para os pássaros, e fruta para todos. A água dos rios, mares e enfeitam, alimentam, refrescam. Mas, o homem, quis sair do seu espaço de administrador, de benfeitor, e se tornar proprietário... deu no que deu...
Temos diante dos olhos uma terra sem futuro, ameaçada em todas as frentes vivas. 
O mundo foi dado aos homens. Os homens tem inteligência. Deus não se arrepende do que fez... Deus não pede de volta o mundo porque o homem deixa de ser inteligente. Ser inteligente é ver o mundo como os olhos de Deus, e mar o mundo porque criação do amor de Deus... S. Francisco de Assis.
Deus não vai intervir no terreno que passou para o homem. De alguma forma, “propriedade vendida”, o ex patrão não tem nada a ver com o que se passa nela. Pode olhar, não gostar, mas respeita... Não é que Deus está indiferente, mas já que deu inteligência e liberdade ao homem... Por vezes, diante das nossas burradas queremos que Deus pague a conta.
Ele não permaneceu inerme, apesar de tudo. Houve uma burrada inicial. Deus tenta corrigir, dentro do espaço da liberdade de cada homem. Assim, enviou o Filho, que revela o jeito do Pai. Mas é sempre respeitando a liberdade do homem. Como respeitou Adão aprontando, o Cristo propõe o Reino, mas aceita a liberdade de ser rejeitado, de ser o novo Abel. O projeto de Deus oferece inteligência e graça para decidirmos pelo caminho certo...
Uma família em pai, mãe, filhos. A vivência familiar é um projeto e realização de um mistério de amor. Amar é uma questão permanente em tempo presente. Pessoas dfirenetes que se unem, e surgem os filhos..cada filho é único, tem seu RG único, é diverso na aparência, na individualidade...
A arte de vier junto é a grande arte da vida. Desde que o homem foi criado, ele tende para essa vivência conjunta. Existe abertura, acolhida, respeito pelo outro, onde não se pode ficar fechado “no meu eu, meu mundo particular”. Seres em relação.
Alicerçada na graça do sacramento, enfrenta vicissitudes e, apesar de sua fragilidade, ela é luz que brilha nas trevas porque a graça do sacramento é estável. A família é a Igreja doméstica, espaço onde cada qual realiza a sua vocação fundamental, a santidade.
Essa vida de “santidade”, de amor, está imediatamente ligada ao espaço da misericórdia, porque todos somos pecadores, e todos somos enviados a oferecer perdão, misericórdia. Cada dia, o “Perdoai-nos...’ Ter o jeito de Jesus é sentir compaixão pelos que erram, pelos pequenos... Justamente nesta natureza pessoal, no contexto do outro, que realizamos a vocação à santidade. Precisamos do outro para crescer no amor. Ninguém é ilha, nem Adão no meio da natureza...
Nossa santidade vai crescendo nos pequenos encontros do dia a dia, nos gestos com quem convivemos cada amanhecer, o esposo para a esposa, o professor para o aluno, o trabalhador vivendo sua profissão como relação ao próximo e a Deus que manda amar, ganhar o pão com o suor, partilhar, somar no trabalho o mundo melhor para todos. Quem não trabalha, que não coma...
A santidade brota dos gestos de cada dia, de cada encontro. Daí, a importância da oração da manhã para darmos sentido e direção ao nosso agir, que ele não seja apenas rotineiro ou materialista. E em cada anoitecer,a revisão do dia, com o “dar ou pedir perdão”.
A vida em família, é o espaço maior para que a graça do batismo se desenvolva e conduz ao “sede perfeitos como o Pai”... tudo começa na família.
Jesus crescia em idade, tamanho e graça, em sua família.

 

Sobre o autor
Frei Fabiano Zanatta

Frei