'A missão deve ser acompanhada de amor': franciscanos se reúnem para escola missionária

Um grupo de cerca de 60 pessoas participou neste final de semana (7 e 8) da Escola Franciscana de Formação Missionária. A 0maratona de aulas aconteceu no Seminário Seráfico São Fidélis, onde fica o escritório de missões dos capuchinhos em São Paulo.

A eucaristia de abertura foi presidida pelo Frei Alonso Aparecido Pires, Vigário Provincial, que é responsável por acompanhar a equipe missionária. Na homilia, à luz do Evangelho de Mateus 5,43-48; Frei Alonso reforçou que somente o amor é capaz de pôr fim a situações de arrogância e violência, e recordou São Francisco que a partir do amor "converteu a amargura em doçura". 

Diversidade e representatividade

Durante o encontro, foi notória a participação de representantes de grupos missionários vindos das comunidades do regional Noroeste e Alta Paulista, especialmente de Penápolis e Birigui. As religiosas, de diferentes congregações, também marcaram presença, unidas a um grupo de jovens que aceitou o chamado do Papa Francisco de uma Igreja em saída. 

Dia internacional da mulher

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, o Papa Francisco deu uma importante declaração: "Também gosto de pensar que a Igreja não é 'o' Igreja, é 'a' Igreja. A Igreja é mulher, é mãe. Isto é belo!". De fato, a presença feminina na Igreja é massiva e protagonista. Do grupo de 60 participantes da Escola Franciscana de Formação Missionária, 39 eram mulheres.

Brumadinho

Após o café da manhã, no sábado, os participantes recordaram o crime ambiental que aconteceu em janeiro de 2019, em Brumadinho - MG. Frei Maurício dos Anjos esteve há uma semana na cidade organizando com uma equipe a missão dos capuchinhos do Brasil que acontecerá na cidade em julho. De lá, como símbolo do sofrimento e luta daquele povo, trouxe uma pedra que uma família guardava e pediu que os missionários intercedessem por eles.

A missão deve ser acompanhada por amor

Com anos de experiência missionária na Colômbia, no México e em outros lugares, Frei Pedro Cesar Silvério abriu a manhã de formação. Um frade pé no chão, não romantizou a caminhada missionária. Recordou um fato em que levou um kit de videocassete para uma missão e chegando na comunidade não havia energia elétrica: “A missão deve ser acompanhada de amor e não por um videocassete. Às vezes achamos que ser missionário é fazer grandes pregações, ou trazer ao povo grandes inovações... tem gente que não fala, mas diz, tem gente que fala muito, e não diz nada", provocou. 

A experiência parece ter sido válida, não só pelos conhecimentos adquiridos, mas também pela troca de experiência entre os missionários. Sejam leigos ou religiosos, com profissões diversas (como também eram os discípulos), estavam todos reunidos para serem canais da mensagem da salvação.

A Escola Franciscana de Formação Missionária acontece uma vez por ano, mas os frades estão sempre disponíveis para formações sobre o assunto.