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JPIC dos capuchinhos de SP articula iniciativas solidárias

12/08/2020 - 17h38

Desde o início da atual pandemia, os membros da Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) muito nos preocupamos com tudo o que se sucedia, com muita preocupação pelos mais pobres e necessitados. Perguntávamos como animar à solidariedade e articular auxílio concreto aos mais desprovidos neste tempo… recordando que nosso carisma está intimamente ligado ao cuidado dos “leprosos”, dos mais vulneráveis, bem como dos “empestados”, os afetados pelas epidemias.

Em nossas presenças e paróquias se intensificaram campanhas e a solidariedade aos mais pobres. Os Cecapas I e II têm feito um atento acompanhamento e prestado auxílio material às famílias que participam dos projetos. Junto a isso, a Comissão JPIC da Província iniciou, no mês de março, uma campanha a fim de angariar doações aos serviços de atendimento à população em situação de rua na cidade de São Paulo – população das mais afetadas naquele início da pandemia – em parceria com o padre Júlio Lancelotti, que há tempo temos apoiado. Recebemos diversas doações, por exemplo, 8 mil litros de álcool 70, o qual tem sido destinado também a várias outras organizações sociais da Igreja, que estão prestando socorro aos pobres neste momento, chegando, de tal modo, a diversas periferias do ABC, de São Paulo e de Guarulhos.

Ainda a partir de março, através de frei Mateus Bento, membro da Pastoral Indigenista, tem havido grandes esforços para ajudar muitas famílias e comunidades indígenas na Grande São Paulo e litoral, bastante afetadas neste tempo em que os indígenas não podem trabalhar com suas vendas, nem receber visitação às suas aldeias. Muitos deles também se encontram em áreas bem periféricas das cidades, além de ter crescido muito a contaminação entre eles.

Desde maio, a Comissão JPIC fez também uma parceria com a OFS do estado de São Paulo na realização de uma campanha para doação financeira direcionada às emergências das comunidades indígenas e periféricas acompanhadas pelos frades capuchinhos no Alto Solimões, Amazonas. Os capuchinhos lá acompanham mais de 72 comunidades indígenas, além das periferias de cidades como Tabatinga e Benjamin Constant, todas se encontrando imensamente desprovidas neste tempo. A campanha tem conseguido socorrer essas localidades com alimentação e produtos emergenciais de higiene e limpeza. Como nos disse frei Paolo Braghini, “sem essas ajudas a população estaria passando fome”. Contamos igualmente com a expressiva colaboração de fraternidades da OFS de vários outros estados, bem como a divulgação por uma live promovida pela Comunicação da nossa Província. Houve também a aprovação pela Cúria Geral em subsidiar dois projetos para desenvolver o autossustento em comunidades indígenas acompanhadas pelos capuchinhos, um em São Paulo e o outro no Alto Solimões.

Por fim, temos apoiado e conseguido articular doações a favelas muito precárias na cidade de São Paulo, bem como para alguns cortiços do centro e ocupações que pegaram fogo neste tempo. Isto em parceria com a Pastoral da Moradia da Arquidiocese de São Paulo. Assim, neste tempo tão desafiante com o crescimento da pobreza e de difícil contato pessoal, cremos que nossos esforços e iniciativas solidárias, ainda que pequenos diante da imensidão de urgências, manifestam a nossa proximidade e o nosso apoio para tantos fragilizados e sofridos pela pandemia que nos assola.

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei Marcelo Toyansk (Convento de Estudos Teológicos Santo Antônio)

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