2020 começou e, embora muitos não tenham percebido, muitos dos problemas que nos assolaram em 2019 ainda permanecem vivos e precisando da nossa atenção. Um deles é o drama dos milhares de refugiados que cruzam as fronteiras da Venezuela com o Brasil. A situação deve continuar até que a crise política que gera diversas rupturas dos direitos humanos persista no país vizinho.
“Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mateus 25, 40).
"Pensamos que não podemos ficar indiferentes diante de tamanho sofrimento", comentou Frei Marcelo Toyansk, que coordena a comissão de Justiça Paz e Integridade da Criação (JPIC) dos capuchinhos do Brasil.
A Cáritas Diocesana de Roraima tem promovido a “integração” de centenas de imigrantes venezuelanos em outros estados, com a parceria prévia de paróquias, dioceses e congregações religiosas. "A comissão JPIC dos capuchinhos de São Paulo alugou uma casa por 3 meses, sendo este aluguel custeado com doações da Paróquia Imaculada Conceição (São Paulo), e acolheu uma família venezuelana de 7 pessoas: um casal, suas duas filhas adultas e 3 crianças, filhos delas, com 2 meses, 1 ano e 5 anos de idade", disse Frei Marcelo.
Frei Mateus Bento, integrante da equipe, fez uma ampla pesquisa entorno ao CECAPAS (Centro Capuchinho de Ação Socioeducativa), que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, para encontrar uma moradia próxima e com um valor acessível. Foi possível mobiliar toda a casa em alguns dias, com o auxílio de doações de móveis de Piracicaba, da Paróquia Santo Antônio (Santo André) e da fraternidade do nosso Seminário Santo Antônio, na serra de São Pedro. "Praticamente não precisamos comprar móveis, a solidariedade das pessoas foi grande e há o envolvimento de vários frades capuchinhos", comemorou Frei Toyansk.
A família chegou no dia 30 de novembro de 2019, no aeroporto de Guarulhos, tendo conseguido o custeio de suas passagens pela OIM (ONU). Os pais, Anais e Davi, as filhas adultas Scarly e Estefani, e as suas crianças, Johan, Analia e Lúcia, estavam muito emocionados! Vêm de uma realidade de anos de migração, com muito sofrimento. Já saíram de sua cidade de origem, na Venezuela, há 4 anos, em busca de condições dignas de vida. Em Roraima, vivenciaram muitos maltratos aos venezuelanos. A pequena Lúcia nasceu no Amazonas há dois meses, de um parto complicado e só foi ser conhecida pelo seu pai um dia antes de vir a São Paulo, quando ele conseguiu vê-la, viajando da Venezuela a Roraima.
"Eles vieram para São Paulo com uma grande confiança em Deus e a busca de uma vida digna às suas crianças, todavia, deixando ainda na Venezuela um filho jovem e o esposo de uma das moças. Estamos lhes ajudamos com a alimentação nestes primeiros meses e temos ajudado com orientações para conseguirem emprego, realizarem tratamento médico, matricularem as crianças em creche e escola... Estefani já conseguiu trabalho. Davi e Scarly estão conseguindo fazer alguns “bicos”. São muito esforçados e estão felizes", informou a comissão de JPIC.
Que em 2020 não precisemos falar de sofrimento para lembrar da importância da PAZ.
Caso conheça alguma paróquia, diocese ou congregação religiosa que queira ajudar a Cáritas neste projeto entre em contato com eles:
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Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)