Até março deste ano estava certo que o dia 8 de agosto seria uma data marcante para os freis capuchinhos Jean Carlos de Andrade e Rogê Ferreira dos Santos: a ordenação diaconal já tinha local, tema e celebrante definidos, mas a pandemia do coronavírus pôs em xeque se a ordenação aconteceria ou não. Com a flexibilização da quarentena, foi possível que o evento acontecesse, desde que fossem tomados todos os cuidados: com os participantes portando máscara, usando álcool em gel e respeitando um distanciamento mínimo das outras pessoas. E assim foram ordenados, em uma bonita celebração realizada às 10h, no Convento Santa Clara, em Taubaté – SP. Suas famílias estiveram presentes, mas apenas na lembrança e recordações durante as homenagens dos frades. Tiveram que acompanhar pela internet.
Permanecei no meu amor: entrega e confiança!
O bispo ordenante foi o frei capuchinho Dom Frei José Soares Filho (Dom Egito), da Diocese de Carolina -MA. Ele iniciou a homilia acolhendo os frades – especialmente o Ministro Provincial, Frei Arcanjo Soares, e o Conselheiro Geral da Ordem para o Brasil, Frei Carlos Silva, vindo de Roma.
À luz das leituras da ordenação (com o Evangelho ‘Permanecei no meu amor’ - Jo 15,9), Dom Egito refletiu sobre a fidelidade de Deus, a partir da promessa que Ele fez a Moises: “Não temas, porque eu estou contigo”, e como Frei Jean e Frei Rogê podem confiar Nele, sobretudo nos momentos de dificuldade que o exercício do diaconato apresentar.
Dom Egito também refletiu sobre o encontro de Paulo com o Jesus Cristo: “é por isso que São Paulo fala que tudo aquilo que ele viveu no passado não passava de um nada, de lixo. E olha que não é fácil deixar para trás tudo aquilo que adquirimos ao longo da vida, mas por algo maior isso é possível, pois agora o objetivo de Paulo é conhecer - palavra que na Bíblia tem um sentido ainda mais intenso, forte - a Jesus Cristo. Assim, o bispo nos recordou da importância daquele evento, já que ser ordenado [ou mesmo, ser religioso] implica em muitas renúncias, tudo por Jesus.
A oração como caminho:
O Ministro Provincial, Frei Arcanjo, exortou Jean e Rogê a levar uma vida leve, de confiança no Senhor, mantendo: “uma estreita relação com a pessoa de Jesus Cristo por meio da oração. Uma oração confiante na qual possamos apresentar as fadigas, os imprevistos, o cansaço e as esperanças. Uma oração verdadeira que leve a vida até o Senhor, mas que também possa trazer o Senhor para dento de vossas vidas”, disse.
Frei Jean e Frei Rogê ancoraram o seu agradecimento a partir de duas lições: “A primeira lição fala-nos da amizade, pode-se dizer que o relacionamento entre Jesus e os seus discípulos supera a dimensão de uma obediência cega para tornar-se uma relação entre amigos. [...] A segunda lição diz-nos do testemunho de vida. O Senhor deixa para os seus amigos aquilo que ele possui de mais valoroso: o seu Amor.”
Como pediu Frei Arcanjo a eles, os ordenados também nos pedem que rezemos: “rezem pelas vocações, rezem por nós, para que sejamos servidores do altar dos menos favorecidos. [...] Rezem porque há, entre nós, aqueles que se consideram legitimados a agir por Deus e em nome de Deus, mas que na realidade demonstram não o conhecer, não são, senão descrentes, organização que nada tem a ver com Deus. Contudo, não deixemo-nos apavorar. Essa é a hora: a hora de permanecermos no amor”, concluíram emocionados.
Imagens geradas com apoio da Pastoral da Comunicação do Convento Santa Clara, em Taubaté -SP: Daniel, Guto, Pedro e Priscila.
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)