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12 São Bernardo de Corleone - Capuchinho
12/01/2025

Religioso da Primeira Ordem (1605-1667). Beatificado por Clemente XII no dia 15 de março de 1768 (Decreto de canonização julho 1/2000).

 

Bernardo nasceu na pequena cidade de Corleone, na Sicília, Itália, aos 6 de fevereiro de 1605 e recebeu o nome de Filipe Latino ao sper batizado. Seus pais tinham cinco filhos, e eram bastante respeitados por todos, pelos princípios rígidos morais e de cristandade, com um dos filhos sacerdote. Consta que seu pai era um sapateiro e curtidor de peles, muito justo, bondoso e caridoso, que acolhia em sua casa os necessitados, dando-lhes condições de banharem-se para depois alimentá-los e vesti-los. Foi nesse ambiente que o jovem Filipe, alto forte e de caráter violento, amante das lutas e armas, se desenvolveu.

Certo dia, ele foi provocado por um rapaz e num momento de ira, bruscamente com a espada arrancou o braço do agressor. Nesse momento, nasceu um novo homem que arrependido pediu perdão ao rapaz, atitude que foi aceita. Depois disso, os dois se tornaram amigos. Desde então modificou sua personalidade encontrando na vida religiosa sua verdadeira vocação, conforme a vontade de Deus, como disse até o momento de sua morte.

Ele deixou sua cidade natal e ingressou para o noviciado no convento de Caltanissetta em Palermo. Alí abraçou plenamente seu novo caminho tornando-se irmão leigo da Ordem terceira dos frades menores capuchinhos, no dia 13 de dezembro de 1631, adotando o nome de frei Bernardo.

Trabalhando como cozinheiro, viveu no mosteiro uma existência simples e humilde. Mas além dessa função, Bernardo se dedicava aos doentes como enfermeiro e tratava inclusive dos animais enfermos, pois na sua época eles eram muito úteis para a sobrevivência das famílias. Bernardo enriquecia ainda mais sua vida espiritual, fazendo penitências, mortificações e longos períodos de orações para o bem da comunidade, demonstrando assim sua personalidade forte, agora impregnada de um profundo amor por toda a humanidade.

Ele desenvolveu, uma forte paixão pela Eucaristia, que recebia todos dias. Quando se encontrava diante do Sacrário, concentrado em oração, o tempo, para ele, deixava de existir e não raro as pessoas se comoviam com a pureza de sua atitude. Além disso, ajudava o sacristão em suas tarefas diárias, para ficar ainda mais perto de Jesus Eucarístico.

Bernardo era muito solidário com seus companheiros frades e com toda a comunidade. Assim, quando ocorria uma catástrofe na cidade, como um terremoto ou furacão, típicos da região, Bernardo ajoelhava-se orando em penitência diante do Sacrário dizendo essas palavras: “Senhor, desejo essa graça!”. O resultado sempre era favorável, pois as calamidades cessavam, poupando uma desgraça maior.

A sua simplicidade se assemelhava aos primeiros e genuínos capuchinhos, nostálgico das origens e fascinado pela experiência da vida de ermitão. Um grande júbilo acompanhava esta sua devoção mariana, cheia de calor, fantasia e festividade, de fato contagiante. O seu amor a Nossa Senhora era incontestável e sublime.

Bernardo, comovia não só por sua extraordinária penitência. Mas porque tinha grande delicadeza e doçura na atenção para com os outros, uma alegria e plenitude de vida que impressionava. Aos frades forasteiros fazia festa, para os pobres estava sempre disponível e para os doentes tinha um coração materno. Assistir-lhes e servir-lhes era a sua felicidade.

Após trinta e cinco anos de vida religiosa, faleceu no dia 12 de janeiro de 1667, em Palermo, onde seus restos mortais repousam na igreja dos Capuchinhos, dessa cidade na Sicília, Itália. Tinha 62 anos de idade. O Papa Clemente XIII o elevou ao altar da Igreja como Beato em 1768. Mais tarde, o Papa João Paulo II declarou São Frei Bernardo de Corleone em 2001.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

16 Santos Berardo, Pedro, Acursio, Adjuto e Oton
16/01/2025

Mártires em Marrocos (+1220). Canonizados por Sixto IV em 7 de agosto de 1481.

Berardo, sacerdote da Primeira Ordem, foi ótimo pregador e conhecedor da língua árabe, e seus companheiros Pedro e Oto foram sacerdotes, enquanto Acursio e Adjuto, clérigos. Todos deram a vida por Cristo em Marrakesch, em 16 de janeiro de 1220.

O bem-aventurado Francisco, movido pela inspiração divina, escolheu seis de seus filhos e os enviou a pregar a fé católica entre os infiéis. Puseram-se a caminho pela Espanha e chegando ao reino de Aragão, Frei Vidal ficou doente, os cinco dispuseram a levar avante o trabalho. Foram a Coimbra e dali para Sevilha.

Um dia, confortados espiritualmente saíram com o propósito de visitar a mesquita principal, mas os sarracenos os impediram, empurrando-os com força, gritos e golpes. Foram depois conduzidos ao palácio do soberano, diante do qual disseram ser os mensageiros do Rei dos reis, Cristo Jesus. Fizeram uma exposição das principais verdades da fé católica e animaram os ouvintes a se batizarem. O rei, enfurecido por essa ousadia, mandou que fossem decapitados imediatamente. Mas o Conselho presente ali, sugeriu ao rei que suspendesse a sentença, mandando-os irem a Marrocos em conformidade com o desejo deles. Em Marrocos, sem perderem tempo, pregaram o evangelho. A notícia chegou até o Sultão que pediu a prisão deles.

Aí permaneceram vinte dias sem comida nem bebida, confortados apenas com a refeição espiritual. Acabado o tempo da reclusão, depois de interrogados, seguiram firmes na decisão de continuar na fidelidade à religião católica. Encolerizado, o Sultão mandou que fossem açoitados e separados uns dos outros em diversas prisões e submetidos às grandes torturas. Os policiais, após algemar os santos homens, ataram seus pés e com cordas ao redor do pescoço, arrastaram-nos com tanta violência, que quase saíram suas entranhas pelas feridas abertas em seus corpos; sobre as feridas derramaram óleo e vinagre quente. A noite toda durou esse tormento, sob a guarda de trinta sarracenos, que os flagelavam sem nenhuma consideração.

Chamados pelo Sultão, ficaram semidesnudados e descalços. O interrogatório foi repetido com as mesmas respostas, o soberano mudou de tática trazendo belas mulheres. Estas os convidavam a participar da religião maometana, as quais seriam suas próprias esposas e seriam honrados por todos no reino. A contestação foi unânime: “Não queremos, mulheres, nem dinheiro, nem honras; renunciamos a tudo isso por amor a Cristo”. Oto disse: “Não tentes mais os servos de Deus; crês que com tuas promessas vais fraquejar a nossa vontade? Não sabes que Deus vela continuamente sobre nós? Nós somos soldados intrépidos de Cristo! Nosso sangue derramado por uma causa santa e nobre, fará germinar novos cristãos”. O rei encolerizado empunhou a espada e um por um abriu uma brecha na cabeça, e logo, com sua própria mão cravou na garganta três flechadas.

Assim, morreram aos 16 de janeiro de 1220. Seus restos mortais foram transladados para Coimbra. Repousam num monumento e são venerados pelos fiéis, alcançando-lhes abundantes graças. A expedição iniciada por eles a Marrocos deu início à carreira missionária da Ordem ao longo dos séculos.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.