Frei Ângelo Costella, 75 anos, faleceu às 8 horas da quarta-feira, 5 de novembro de 2014. Estava hospitalizado há mais de 15 dias com quadro de anemia e consequência de permanecer acamado e quase imóvel por mais de ano.
Desde 30 de julho de 2013 era membro da Fraternidade Imaculada Conceição/Casa de Saúde São Frei Pio, de Caxias do Sul.
Às 14 horas do dia 05/11/2014 é celebrada missa de corpo presente na capela da Casa de Saúde São Frei Pio, em Caxias . Após, o corpo é trasladado para Vila Flores, onde, as 17h30, é velado na igreja Matriz Santo Antônio.
A missa e os ritos de despedida é celebrada na amanhã da quinta-feira 06/11/14, às 9h30, seguidos de sepultamento no jazigo dos Capuchinhos no Cemitério Municipal de Vila Flores.
Registro
Frei Ângelo iniciou seu histórico de enfermidade quando sofreu um AVC hemorrágico na madrugada do dia 5 de maio de 2013, na Fraternidade São Judas Tadeu, em Porto Alegre. Hospitalizado na emergência do Hospital São Lucas (PUC), não chegou a perder totalmente a consciência, a memória e a fala, mas perdeu o movimento do braço e perna do lado esquerdo. Permaneceu quatro dias na UTI, devido às alterações contínuas da pressão, dos batimentos cardíacos e do diabetes.
Poucas horas depois de ter ido para o quarto teve uma hidrocefalia, que o levou a um estado inconsciente, embora não propriamente coma. A bolsa de água que se formou junto à parte craniana junto com o sangramento provocado pelo AVC hemorrágico acabou provocando reações descontroladas, exigindo a colocação de um dreno no crânio. Foi para a UTI inconsciente, apenas com mínimas reações. Nessas condições acabou tendo uma infecção pulmonar. A bactéria que causou infecção também afetou o funcionamento dos rins, tendo que se submeter a hemodiálise. Saindo da UTI manteve um quadro estável.
No dia 17 de junho sofreu nova intervenção cirúrgica para desobstruir a válvula de drenagem do líquido do cérebro, retornando à UTI. Apesar do procedimento, o líquido continuou retido, prejudicando o estado geral.
A pressão alta combinada com diabetes descontrolado foi minando a capacidade de reação. Ao completar 50 dias de internação o estado permanecia grave e de difícil prognóstico.
Com quase dois meses de hospital, debilitado, com anemia, pressão arterial descontrolada, com necessidade de hemodiálise, alimentando-se apenas por sonda já não reagia à comunicação nem ao reconhecimento. Seu quadro passou de grave a gravíssimo.
Nesse longo período de hospitalização, os confrades da Fraternidade São Judas Tadeu, de Porto Alegre, com Frei Adelar, capelão do Hospital São Lucas, e outros freis, familiares e membros da comunidade paroquial São Judas revezaram-se no cuidado e na presença constante. As equipes médicas (neuro, nefro e clínica) do Hospital da PUC também tem se dedicado ao máximo.
Desde o dia 30 de julho de 2013, Frei Ângelo passou a integrar a Fraternidade Imaculada Conceição, em Caxias do Sul, e esteve sob cuidados da equipe da Casa de Saúde S. Frei Pio.
Informações pessoais
Filho de José Costella e Assunta Gasparin Costella, nasceu em 3 de julho de 1939, em Fagundes Varela. Entrou no seminário seráfico de Vila Flores, em 1949, e ingressou na fraternidade capuchinha com a vestição do hábito, em janeiro de 1957, em Flores da Cunha.
No convento Sagrado Coração de Jesus, de Flores da Cunha, fez o noviciado em 1957, com a profissão dos votos em 25 de janeiro de 1958. Recebeu a ordem do diaconato em Porto Alegre, em setembro de 1967. Em 10 de dezembro do mesmo ano, foi ordenado presbítero pelo arcebispo Dom Vicente Scherer, na matriz Santo Antônio do Partenon.
No seu itinerário formativo percorreu o ciclo normal de estudos nos seminários capuchinhos de Vila Flores, Veranópolis, Ipê e Marau. Já os estudos superiores os fez em Ijuí, onde bacharelou-se em Filosofia pela então Faculdade de Ciências e Letras de Ijuí (Fafi) e Teologia na Escola de Teologia da Província, no Convento São Lourenço de Bríndisi, em Porto Alegre.
Nos primeiros anos de sacerdote cursou o ISPAC (Instituto de Pastoral) e o curso do Movimento Mundo Melhor (MMM), em 1974, seguido do Curso Nova Imagem da Paróquia (NIP), em Buenos Aires. Em razão desses cursos foi o coordenador do Movimento Mundo Melhor no sul do Brasil.
Dedicou seus 35 anos de vida presbiteral à pastoral paroquial, dos quais 33 como pároco. Durante 14 anos esteve servindo à Paróquia Santo Antônio, em Porto Alegre; por dois anos esteve à frente da Paróquia de Fátima, em Santa Maria (1982-83); dez anos na Paróquia São Pedro, em Garibaldi (1984-1993), cinco anos na Paróquia São Sebastião, em Praia Grande, SC (1994- 1998), quatro anos na Paróquia N. Sra. dos Navegantes, em Tramandaí (1999-2003), cinco anos na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, bairro Harmonia, em Canoas (2004-2008) e de 2009 a maio de 2013, à frente da Paróquia São Judas Tadeu, de Porto Alegre.
Nas fraternidades capuchinhas onde viveu quase sempre integrou a Equipe de Animação Fraterna, em geral na função de guardião.
Sempre foi uma pessoa muito calma, discreta e de espírito conciliador. Cativava as pessoas pelo sorriso, pela atenção e pela bondade e sabia cultivar as amizades, sendo sempre uma alegre companhia em todos os momentos.