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10/08/2024

Bem-aventurado João do Monte Alverne

Sacerdote da Primeira Ordem (1259-1322). Leão XIII aprovou seu culto no dia 24 de junho de 1880.

 

João era originário de Fermo, nas Marcas, na Itália. É chamado sobretudo de Alverne (em italiano della Verna), porque viveu vários anos e morreu na solidão onde São Francisco recebeu os estigmas.

Nascido em 1259, teve uma infância dominada pelo mistério da Paixão. Mortificava-se quanto podia, batendo com ramos de urtigas na pele. Chegava a pôr os joelhos em sangue com rápidas genuflexões, batendo na terra dura. Entrou aos dez anos nos cônegos regulares.

Tendo encontrado uma velha couraça, subiu à torre para ninguém o ver, e à força de cortes adaptou-a à sua juvenil estatura; usou-a debaixo do vestuário até que lhe descobriram a sua armadura insólita. Aos treze anos, passou para os Menores franciscanos. Habituara-se a andar olhando para o céu, o que fazia com que tropeçasse e se ferisse nos pés.

A um companheiro, que lhe recomendava olhasse para os pés, respondeu: «Não devemos, para atender aos pés, não fazer caso do espírito». Mandado para o Monte Alverne, vivia lá em grandes austeridades, jejuando quaresmas em honra do Espírito Santo, de Nossa Senhora e dos anjos.

Durante o inverno, não tinha senão um hábito grosseiro e polainas, e ainda uma capa, obrigatória no Alverne. Algumas vezes, no inverno, chegava ao coro, branco como boneco de neve, porque o seu eremitério estava longe. Esta habitação não tinha cama; deitava-se no chão duro. Tais austeridades não o impediam de pregar ao povo.

Embora não tivesse estudado quase nada, dominava a Sagrada Escritura e sabia tirar dela o que precisava. “Quando prego, me persuado de que não sou eu quem fala e ensina as verdades divinas, senão Deus mesmo quem fala por mim”. Morreu aos 50 anos de vida franciscana, nas primeiras vésperas de São Lourenço, com seus irmãos do Monte Alverne (9 de Agosto de 1322). Tinha-os exortado a não viverem senão para Cristo – Caminho, Verdade e Vida. Conta-se que São Francisco veio ter com ele para lhe moderar as mortificações e que, por vezes, eram os anjos que lhe faziam companhia. O seu culto foi aprovado pelo papa Leão XIII, em 1880.

 

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.